quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O padre “garanhão”.

Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos. Está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.   

   Arquivo Nacional da Torre do Tombo

 

Sentença de 1587 - Trancoso, Portugal

SENTENÇA PROFERIDA EM 1587 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres". Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres. 

Acusam-lhe ainda dois ajudantes de missa, infantes menores  que lhe foram obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior.

Agora vem o melhor:

"O Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador como colaborador de povoamento português. El-rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".

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* Recebi esse email, mas não comprovei sua autenticidade em arquivos de história. Caso alguém conheça mais detalhes, o comentário de correção será bem vindo. Obrigado primo Ivo Jensen, pelo envio do email que gerou esse post.

2 comentários:

  1. Claus
    Essa do padre eu já havia lido a respeito, como professor de história e filosofia.
    Olha é um abuso tão grande dessa classe que envergonha a todos nós. Não pensa que foi só naquela época, sempre existiu e continua. Conheci muitos casos quando dei aula, relatos de alunos e da comunidade. Eu mesmo sabia de casos quando jovem de padres aqui da Rua da Glória.
    Prefiro nem tecer muitos comentários a respeito mas me enojo desses pseudo-s padres que representam Deus, para mim....bem deixa quieto....já tive problemas demais com o Bispo de Blumenau anterior quanto essas situações e outras absurdas.
    Adalberto Day cientista social e pesquisador da história

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  2. Grande Adalberto.
    Obrigado pelo seu comentário. Infelizmente vivemos em uma sociedade, onde esse clérigo, criou mecanismos de proteção para eles mesmos. Tiveram sob controle a influência na opinião de cidades e países. Sua palavra era lei.
    Compartilho de suas opiniões e é um fato lamentável mesmo sobre esses casos aqui em Bluemanu.
    Obrigado pelo seu comentário.
    Claus.

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