domingo, 30 de maio de 2010
Você continua a ler só livros impressos?
O mercado editorial sofreu grandes mudanças e promete muito mais. Cada vez me impressiono com o volume de novos títulos. Os preços, com as grandes promoções das livrarias virtuais possibilita a inserção cultural. Mas, aí vem aquela história: o que adianta o livro acessível se o brasileiro não tem o hábito de ler? Isso é certamente outra história, bem mais complexa do que vou tratar nesse post. Esse volume todo de livros, se você parar para analisar, tira quantas árvores? Quantos filtros de ar naturais são cortados para dificultar nossa sobrevivência no futuro? Veja, também sou daqueles que adora folhear um livro, sentir a textura do papel, seu cheio, sentir a capa brilhante com uma capa que sempre influencia na nossa decisão.
Faz uns 6 anos que comecei a usar pela primeira vez os e-readers. Acabei me sentindo muito à vontade com o Mobipocket, que tem lá seus defeitos, mas no final das contas foi o que melhor atendeu minhas necessidades. Ele importa quase todos os formatos (pdf, txt, doc, rtf) e permite que marque a página, como se fosse um livro normal. Além disso, permite que faça anotações, destaque o texto, acrescente links e o que gosto mais: sincronize com o celular/smartphone. Então o que você lê na tela grande do computador, depois de sincronizar, pode continuar seja lá onde esteja. Se eu estivesse carregando o livro ia dar muito mais trabalho porque teria que estar segurando o tempo todo seja em mãos ou na pasta, que nem sempre é interessante carregar para tudo que é canto. Outro aspecto interessante é ser leitor de RSS. Ele acaba furncionando como um navegador. Mas confesso que só uso para isso mesmo o Google Reader, que é excelente e simples.
Nesses tempos, estando em diferentes computadores, pensei: "Puxa, seria muito bom se não dependesse do computador para minha leitura". Então busquei e-readers on line que permitissem quase os mesmos recursos, só que muito mais simples. Entre tantos o que mais me agradou foi o Yudu, apesar de ter usado o Scribd durante um tempo.
Bom, sei que você deve estar pensando: "Adoro sentir o livro em mãos!!!" ... Tem outro aspecto que me agrada na leitura em frente à um computador. Iluminação e postura.
Iluminação - Não é sempre que você tem uma iluminação interessante. Tanto no computador (desktop, notebook ou netbook) quanto na tela do smartphone existe uma fonte de luz sendo emitida. Se usar LCD, Plasma ... tanto melhor. Na minha experiência pessoal evitou problemas maiores.
Postura - se estou em frente ao computador, com a tela em sentido perpendicular, a chance de estar curvado reduz. E pelo que me lembro, de um livro sobre leitura dinâmica, é aspecto fundamental para melhorar a absorção da informação.
Manuseio - em um e-reader você configura a letra no tamanho que desejar. A evolução da leitura, pela passagem de páginas é simples à um clique. Não danificar o livro com anotações, porque tudo pode ser feito no próprio software, também é muito melhor.
Pesquisa - lá no meio da leitura você chega em "ilha Baffin e Labrador". Muitas vezes vou no Google Maps e vejo as informações complementares, com paisagens e história. Palavras que ainda não se incorporaram ao seu dicionário ou até não estão lá ainda, também acabam sendo boas razões para o "São" Google.
Apesar de tudo, eu acabo lendo livro de papel também., mas já tive época em que só lia o digital. Acho que cada um deve fazer aquilo que se sente melhor e atenda sua necessidade de se informar.
Faz uns 6 anos que comecei a usar pela primeira vez os e-readers. Acabei me sentindo muito à vontade com o Mobipocket, que tem lá seus defeitos, mas no final das contas foi o que melhor atendeu minhas necessidades. Ele importa quase todos os formatos (pdf, txt, doc, rtf) e permite que marque a página, como se fosse um livro normal. Além disso, permite que faça anotações, destaque o texto, acrescente links e o que gosto mais: sincronize com o celular/smartphone. Então o que você lê na tela grande do computador, depois de sincronizar, pode continuar seja lá onde esteja. Se eu estivesse carregando o livro ia dar muito mais trabalho porque teria que estar segurando o tempo todo seja em mãos ou na pasta, que nem sempre é interessante carregar para tudo que é canto. Outro aspecto interessante é ser leitor de RSS. Ele acaba furncionando como um navegador. Mas confesso que só uso para isso mesmo o Google Reader, que é excelente e simples.
Nesses tempos, estando em diferentes computadores, pensei: "Puxa, seria muito bom se não dependesse do computador para minha leitura". Então busquei e-readers on line que permitissem quase os mesmos recursos, só que muito mais simples. Entre tantos o que mais me agradou foi o Yudu, apesar de ter usado o Scribd durante um tempo.
Bom, sei que você deve estar pensando: "Adoro sentir o livro em mãos!!!" ... Tem outro aspecto que me agrada na leitura em frente à um computador. Iluminação e postura.
Iluminação - Não é sempre que você tem uma iluminação interessante. Tanto no computador (desktop, notebook ou netbook) quanto na tela do smartphone existe uma fonte de luz sendo emitida. Se usar LCD, Plasma ... tanto melhor. Na minha experiência pessoal evitou problemas maiores.
Postura - se estou em frente ao computador, com a tela em sentido perpendicular, a chance de estar curvado reduz. E pelo que me lembro, de um livro sobre leitura dinâmica, é aspecto fundamental para melhorar a absorção da informação.
Manuseio - em um e-reader você configura a letra no tamanho que desejar. A evolução da leitura, pela passagem de páginas é simples à um clique. Não danificar o livro com anotações, porque tudo pode ser feito no próprio software, também é muito melhor.
Pesquisa - lá no meio da leitura você chega em "ilha Baffin e Labrador". Muitas vezes vou no Google Maps e vejo as informações complementares, com paisagens e história. Palavras que ainda não se incorporaram ao seu dicionário ou até não estão lá ainda, também acabam sendo boas razões para o "São" Google.
Apesar de tudo, eu acabo lendo livro de papel também., mas já tive época em que só lia o digital. Acho que cada um deve fazer aquilo que se sente melhor e atenda sua necessidade de se informar.
De maio de 2007, mas viciado mesmo, só esse mês.
Sempre fui daqueles fuçadores de tecnologia. Seja a sessão especializada do jornal, revista, sites, mas principalmente os blogs. Muitos os colocam em dúvida, tipo, são confiáeis? Poderia uma pessoa qualquer, sem formação na área, estar passando informações "técnicas"?? Esse mundo mudou!!! Não confia na informação?? São Google encontra a Santa informação ou especialista o qual você pode buscar uma resposta.
Apesar de meu registro no Twitter ser sido feito em Maio de 2007 (quer saber quando criou a sua?), sempre o achei meio fútil. No começo você só lia informações de grupos de amigos fechados, então: "Tô estudando e escutando The Clash", "Ops, quebrei o dente", "Vou dormir", ... Não vou negar que também escrevo isso ...hehe ... mas hoje não é SÓ ISSO que você encontra. A qualidade da informação ficou extremamente qualificada, porque tem opção. Com o recurso de compartilhamento de informações disponível em quase todos os jornais e blogs importantes, o microblog virou quase um leitor de RSS. Mas além disso, recuperou a troca de idéias que um mensageiro instantâneo não consegue. O Twitter é um grande mural de recados. Aliás, com ele nem é indicado bate-papo. Aí se encaixa muito melhor o MSN, Skype, Google Talk, Yahoo Messenger, etc ....
No desastre de novembro 2008 em Santa Catarina, foi o momento em que realmente descobri o poder e as possibilidades do Twitter. Sua capacidade de postar imagens e vídeos por celular, nos deixou melhor informados que os tradicionais veículos de comunicação. Foi algo impressionante.De repente, todo mundo virou repórter. Bastava um celular, para mostrar o que estava acontecendo nos diferentes lugares.
Apesar de olhar seus posts eventualmente, confesso que foi esse mês que o usei como um viciado. É muito bom compartilhar páginas, músicas, imagens em 140 caracteres. É mais produtivo que escrever aqui, pela velocidade e volume das informações.
Apesar de meu registro no Twitter ser sido feito em Maio de 2007 (quer saber quando criou a sua?), sempre o achei meio fútil. No começo você só lia informações de grupos de amigos fechados, então: "Tô estudando e escutando The Clash", "Ops, quebrei o dente", "Vou dormir", ... Não vou negar que também escrevo isso ...hehe ... mas hoje não é SÓ ISSO que você encontra. A qualidade da informação ficou extremamente qualificada, porque tem opção. Com o recurso de compartilhamento de informações disponível em quase todos os jornais e blogs importantes, o microblog virou quase um leitor de RSS. Mas além disso, recuperou a troca de idéias que um mensageiro instantâneo não consegue. O Twitter é um grande mural de recados. Aliás, com ele nem é indicado bate-papo. Aí se encaixa muito melhor o MSN, Skype, Google Talk, Yahoo Messenger, etc ....
No desastre de novembro 2008 em Santa Catarina, foi o momento em que realmente descobri o poder e as possibilidades do Twitter. Sua capacidade de postar imagens e vídeos por celular, nos deixou melhor informados que os tradicionais veículos de comunicação. Foi algo impressionante.De repente, todo mundo virou repórter. Bastava um celular, para mostrar o que estava acontecendo nos diferentes lugares.
Apesar de olhar seus posts eventualmente, confesso que foi esse mês que o usei como um viciado. É muito bom compartilhar páginas, músicas, imagens em 140 caracteres. É mais produtivo que escrever aqui, pela velocidade e volume das informações.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Mike Stilkey - um artista dos livros
Fazer uma obra de arte com outra. Mike Stilkey usa sua criatividade e visão estética para produzir obras de arte com livros que viram pintura e escultura. Apesar de ser pouco conhecido por aqui, suas exposições internacionais já lhe renderam várias reportagens em jornais importantes.
Alguns aspectos que chamam a atenção são seus personagens misteriosos, melancólicos, antropomórficos e impressionantes.
Veja aqui alguns de seus trabalhos:
domingo, 23 de maio de 2010
Tecnologia | Som | Imagem | Escultura
Há coisas que simplesmente se sente. Esse vídeo é muito interessante, por misturar tecnologia e música de forma interessante, mas sem perder a simplicidade. É algo para sentir. Para quem trabalha nos palcos é uma ótima sugestão para referência cenográfica, dados os limites tecnológicos.
Augmented Sculpture by GROSSE8 & LICHTFRONT / Passagen 2010 from Lichtfront on Vimeo.
Essa é digna para você relaxar, nessa manhã de domingo.
let yourself feel. from Esteban Diácono on Vimeo.
Um show de arte digital, digno de um bom videoclip.
blackhole from arjanM on Vimeo.
Augmented Sculpture by GROSSE8 & LICHTFRONT / Passagen 2010 from Lichtfront on Vimeo.
Essa é digna para você relaxar, nessa manhã de domingo.
let yourself feel. from Esteban Diácono on Vimeo.
Um show de arte digital, digno de um bom videoclip.
blackhole from arjanM on Vimeo.
sábado, 22 de maio de 2010
Desembush ...
Estava revendo alguns cds, e essa letra é muito interessante, pelo seu humor e inteligência. Segue abaixo o vídeo do show e a letra.
Companheiro Bush
Tom Zé
Composição: (Tom Zé)
Se Você Já Sabe Quem
Vendeu Aquela Bomba Pro Iraque,
Desembuche.
Eu Desconfio Que Foi O Bush.
Foi O Bush,
Foi O Bush.
Foi O Bush.
Onde Haverá Recurso
Para Dar Um Bom Repuxo
No Companheiro Bush.
Quem Arranja Um Alicate
Que Acerte Aquela Fase
Ou Corrija Aquele Fuso,
Talvez Um Parafuso
Que Ta Faltando Nele
Melhore Aquele Abuso.
Um Chip Que Desligue
Aquele Terremoto,
Aquela Coqueluche.
Se Você Já Sabe etc.
Ui! (Você inventa)
Tom Zé
Composição: (Tom Zé - Odair)
Você inventa - grite!
Eu invento - ai!
Você inventa - chore!
Eu invento - ui!
Você inventa o luxo
Eu invento o lixo
Você inventa o amor
Eu invento a solidão...
Você inventa a lei
E eu invento a obediência
Você inventa a deus
E eu invento a fé
Você inventa o trabalho
E eu invento as mãos
Você inventa o peso
E eu invento as costas
Você inventa a outra vida
Eu invento a resignação
Você inventa o pecado
E eu fico aqui no inferno
Meu Deus, no inferno
Valha-me Deus
No vídeo acima, faltou a música em si, por isso postei ela aqui embaixo. A letra em si, se torna interessante com os comentários do Tom Zé.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
Mulher - O maior dos mercados emergentes [Revista Exame 16/5/2010]
Quem não assina a Revista Exame dificilmente terá acesso à essa reportagem. Desculpem esse copy / paste, mas eu gostaria muito de compartilhá-la com você. Os quadros tive que diminuir para se encaixarem no espaço dessa coluna. Espero que possa informar ou ser útil de alguma forma.
Claus.
O maior dos mercados emergentes
Em 2009, as mulheres despejaram na economia mundial cerca de 12 trilhões de dólares - mais do que a soma das economias do celebrado Bric. No Brasil, elas foram responsáveis por gastar - sozinhas - quase 800 bilhões de reais em produtos e serviços. Como tirar proveito desse enorme mercado.Divulgação
Por Carolina Meyer e Marianna Aragão | 12.05.2010 | 10h40
Em qualquer outro momento da história, o comportamento de uma mulher como Daiane seria visto como uma exceção pelos executivos de marketing e vendas de grandes empresas. Num mundo ainda dominado pelos homens, que concentram 70% dos postos de comando nas maiores companhias do planeta (segundo dados de uma pesquisa divulgada há pouco mais de um ano pela Universidade Harvard), a executiva não passaria de um exemplo isolado de profissional que, após anos de muito esforço, teria finalmente conseguido furar o bloqueio. Gastos fora da curva com telefone ou a aquisição de um carro luxuoso não passariam de meras demonstrações desse novo status e, como tais, não deveriam receber muita - ou nenhuma - atenção. Até que veio a crise em 2008 e muitos especialistas debruçaram-se sobre possíveis soluções para o que parecia ser um atoleiro econômico sem fim. Para surpresa geral, uma das melhores respostas não veio na forma de inovações mirabolantes ou de mais ingerência do Estado na economia - mas em consumidoras como Daiane. Uma recente pesquisa elaborada pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) mostra que, nos próximos cinco anos, a renda feminina mundial deverá receber um incremento de 5 trilhões de dólares, chegando a 18 trilhões - mais do que a soma do produto interno bruto de Brasil, Rússia, Índia e China, o tão celebrado Bric. "Trata-se do maior mercado emergente de todos os tempos. As mulheres vão liderar o mundo pós-crise", diz a americana Kate Sayre, uma das autoras do estudo. "De meras coadjuvantes na economia, elas se converteram na maior esperança de crescimento para diversos países.
Esqueça as reivindicações feministas, a guerra dos sexos, as políticas afirmativas de gênero. Pense apenas no mercado, no potencial de consumo e, em última análise, em como essa inquestionável ascensão feminina muda a economia e o jeito como as empresas olham o mercado. Até hoje, as mulheres eram vistas basicamente como "influenciadoras" das decisões de compra - sobretudo como donas de casa que ajudam a administrar o orçamento familiar. Dos 18,4 trilhões de dólares destinados ao consumo mundial anualmente, estima-se que 12 trilhões, quantia equivalente ao PIB americano, sejam de alguma maneira determinados pelas mulheres. "O que está em discussão, agora, não é tanto sua capacidade de convencimento", diz Sayre. "Mas quanto dinheiro elas podem ganhar e injetar na economia." A julgar pelo desempenho dos últimos anos, essa injeção será fortíssima.
No que elas gastam
As brasileiras consumiram quase 800 bilhões de reais em 2009. Veja os principais setores beneficiados... (em bilhões de reais):
Os segmentos de mercado que mais deixam as mulheres insatisfeitas no Brasil e por quê
1 - Como as mulheres utilizam mais serviços médicos que os homens, a demora no atendimento e o não cumprimento de horários, sobretudo no caso de consultas, fazem com que elas percam mais tempo fora do trabalho.
2 - As academias oferecem longos programas de exercícios voltados para a garantia de um corpo perfeito - mas se esquecem de que as mulheres querem ganhar tempo. O ideal, para elas, seria que a academia contasse com espaços para crianças ou serviços de beleza, como manicure.
3 - Segundo elas, ao falar sobre investimentos, os bancos utilizam uma linguagem complicada demais. Poucas mulheres se interessam por índices como taxa de retorno - a maioria está mais preocupada em garantir o futuro dos filhos.
De acordo com a pesquisa do BCG, a massa salarial feminina mundial tem crescido em média 8% ao ano desde 2003 - ante um aumento de 5,8% nos ganhos dos homens. Com isso, a previsão é que a quantia controlada pelas mulheres e destinada ao consumo em todo o mundo deverá ultrapassar 20 trilhões de dólares em 2015, ante os 12 trilhões atuais. Para efeito de comparação: a massa salarial global masculina é, hoje, de 23,4 trilhões de dólares. Um estudo realizado pelo instituto de pesquisa brasileiro Sophia Mind, do site Bolsa de Mulher, ao qual EXAME teve acesso com exclusividade, dá uma ideia do potencial do mercado formado por mulheres no Brasil. (Note que não falamos mais de mercado feminino, já que o consumo delas vai muito além dos óbvios batom, perfume e bolsa.) Dos quase 2 trilhões de reais destinados ao consumo em 2009, as mulheres responderam por 1,3 trilhão - desses, 800 bilhões vieram na forma de consumo direto e o restante contou com a influência delas. Mulheres já são grande parte dos mercados de carros, apartamentos, educação e saúde, para ficar em apenas alguns exemplos. "O poder de compra dessas consumidoras será, sem dúvida, um dos grandes caminhos para o crescimento do mercado brasileiro", diz Andiara Petterle, presidente do site Bolsa de Mulher e coordenadora da pesquisa.
...e a participação feminina no consumo total desses produtos e serviços:
Os números mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam o avanço das mulheres por aqui. De 2001 a 2008 a massa salarial feminina (a soma do salário de todas as mulheres incluídas no mercado de trabalho formal) aumentou 42,3%, ao passo que a masculina cresceu 25,9%. Hoje, o salário de uma profissional equivale a 71% do de um homem que desempenha a mesma função - em 1993, essa relação não passava de 32%. "Ainda há muito espaço para crescer, não só na quantidade de mulheres que podem entrar no mercado de trabalho como também no processo de equalização da renda", diz Andiara. "E isso se vê mais facilmente nos países emergentes. No mundo desenvolvido, grande parte das mulheres já está inserida no mercado de trabalho, ganhando salários muito próximos aos de seus pares masculinos."
Um estudo do banco Goldman Sachs estima que a redução da diferença salarial entre homens e mulheres somada ao ingresso de aproximadamente 150 000 brasileiras por ano no mercado de trabalho deverá elevar o PIB do Brasil em quase 1 ponto percentual por ano até 2013 - algo em torno de 100 bilhões de reais. O caso da esteticista Elisabete Rozinelli, de 43 anos de idade, oferece um dos exemplos mais contundentes do que pode estar por vir. Casada, mãe de dois filhos, ela só começou a trabalhar em 2003. Até então, sua principal ocupação consistia em cuidar da administração da casa e do prédio onde morava (Elisabete era síndica, mas não recebia um centavo por isso). Depois de fazer dois cursos profissionalizantes, saiu em busca de emprego. A primeira oportunidade apareceu em um pequeno salão de beleza no Alto da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Depois disso, Elisabete mudou duas vezes de emprego. Nos últimos três anos sua remuneração dobrou, alcançando quase 8 000 reais por mês. Nesse período, transformou-se num dos 20 milhões de brasileiros que subiram da classe C para a AB. Seus gastos pessoais também dispararam. Nos últimos 18 meses ela trocou o antigo Diplomata 1990 por um Ford Ka zero-quilômetro e fez duas viagens internacionais. A primeira, para Portugal, no início do ano passado, foi financiada em dez vezes. Já a estada de 20 dias na Europa neste ano - que custou 11 000 reais - foi quitada à vista. "Meu próximo passo será comprar um apartamento", diz.
Embora o avanço do mercado feminino possa ser verificado em todos os segmentos da sociedade, é na pujante classe C que ele aparece de forma mais evidente. Um recente estudo elaborado pelo instituto de pesquisa Data Popular mostra que, na classe A, as mulheres são responsáveis por apenas 25% do total da renda familiar - ao passo que, na base da pirâmide, essa participação chega a 41%. Isso acontece porque, nesse estrato social, há um maior número de mulheres que se tornaram chefes de família. "A igualdade salarial deve chegar primeiro à baixa renda", diz Renato Meirelles, diretor do Data Popular e coordenador da pesquisa. Foi o que aconteceu com a pernambucana Alice Andrade, de 38 anos. Como assistente social, ela ganha 1 200 reais por mês, dinheiro suficiente para sustentar, de forma apertada, os pais e o irmão mais novo.
Mais dinheiro no bolso
A soma total do salário das trabalhadoras brasileiras ainda é menor que a dos homens, mas a diferença vem diminuindo (em bilhões de reais):
Para ajudar a bancar gastos como a compra de um notebook, um fogão, uma geladeira e um celular, todos adquiridos no final do ano passado, Alice recebe outros 2 000 reais mensais com a venda de cosméticos da Natura. "Costumo emendar um crediário no outro", diz. "Não fico sem consumir. Nem que, para isso, eu precise inventar outras formas de ganhar dinheiro."
A recente ascensão das mulheres no mercado de consumo tem contribuído para a quebra de alguns estereótipos. O principal deles é o de que elas só gastam em roupas, acessórios e cosméticos, deixando despesas mais "sérias", como a aquisição do carro ou a reforma da casa, a cargo dos homens. Ok. As mulheres continuam - e continuarão por toda a eternidade - loucas por sapatos, acessórios, roupas e maquiagem. Mas a riqueza gerada por elas, hoje, se distribui de forma muito mais sofisticada. Boa parte da renda vai para setores como educação dos filhos e a própria educação, alimentação, telefonia e planos de saúde. Analise o perfil da publicitária carioca Ana Leão, de 41 anos. Ávida consumidora de produtos de beleza, Ana gasta aproximadamente 4 000 reais por mês com a compra de cosméticos, medicamentos, roupas e serviços como academia, cabeleireiro e manicure - mas despende uma quantia equivalente para cuidar, sozinha, do filho de 11 anos. Além da escola e da terapia, o garoto faz aulas de francês, inglês, remo e esgrima. "Existe um mito de que mulher só gasta dinheiro com batom", diz Ana, que, apesar de consumir um bocado, tem um portfólio de investimentos de mais de 400 000 reais.
Essa visão cristalizada - e, por vezes, ultrapassada - do universo feminino explica por que histórias como a da executiva Marlene Ortega ainda surpreendem tanta gente. Aos 51 anos de idade, Marlene, coordenadora da área de treinamento de uma empresa especializada em eventos corporativos, alcançou um nível de vida bastante confortável. É dona do próprio carro (um Toyota Corolla 2008), comprou recentemente um apartamento no Guarujá, no litoral de São Paulo, e sempre manteve um perfil ultraconservador de investimento - em sua carteira há apenas imóveis e previdência privada. Marlene faz pelo menos uma viagem internacional por ano e mantém 60 garrafas de vinho em sua adega particular. Em agosto do ano passado fez sua aquisição mais excêntrica: uma motocicleta Harley-Davidson. "Queria acompanhar meu marido em suas viagens", diz ela. "Foi uma compra bem pouco convencional. Na loja, ninguém acreditava que a moto fosse para mim."
Imóveis, carros, motos, eletroeletrônicos. Diante de consumidoras tão vorazes, era de imaginar que o mundo dos negócios estivesse um passo à frente, pronto para atender aos desejos delas, certo? Pois não é o que vem acontecendo. Na realidade, ainda são raros os casos de empresas bemsucedidas na arte de entender as necessidades e os desejos femininos. A maioria acabou vítima de sua própria arrogância, fruto de avaliações superficiais acerca dessas consumidoras. Foi o que aconteceu com a fabricante de computadores americana Dell. No final do ano passado, seus executivos decidiram lançar uma linha de laptops específica para a mulherada. A Dell fez o óbvio - e o óbvio não funcionou. Lançou uma gama de produtos com cores vibrantes (sim, o pink estava entre elas), vendidos por meio de um site batizado de Della, que se ocupava mais em vender acessórios do que em apresentar adequadamente as qualidades do produto. Sentindo- se tratadas como bonecas Barbie, centenas de consumidoras americanas foram para a internet reclamar. A polêmica chegou às páginas do influente New York Times. Segundo o jornal, os marqueteiros da Dell deveriam "voltar para a escola". "Algumas empresas ainda acham que vender para mulher significa pintar o produto de cor-de-rosa", afirma a antropóloga carioca Lívia Barbosa, diretora de pesquisas da Escola Superior de Propaganda e Marketing. "É preciso ser bem mais criativo do que isso. Com tão pouco tempo disponível, as mulheres querem praticidade." (A Dell alterou o conteúdo do site no início deste ano, tornando-o mais informativo.)
A busca incessante por praticidade - e não por meros produtos rosa-choque - é o que explica a escolha da Apple como uma das três marcas mais admiradas pelas mulheres no mundo segundo o levantamento do BCG. O segredo pode residir no fato de que Steve Jobs, o gênio por trás da empresa, jamais se importou muito em tratar as mulheres de forma diferente dos demais consumidores. Mas, aparentemente sem querer, Jobs respondeu com seus produtos a uma das grandes demandas femininas numa era de infernal proliferação de botões e controles. "Os produtos da Apple são fáceis de usar, quase intuitivos", diz Sayre, do BCG. "E isso fascina as mulheres, que têm cada vez menos tempo de ler manuais."
A Best Buy, uma das maiores redes de eletroeletrônicos dos Estados Unidos, tomou como base essa percepção para remodelar algumas de suas lojas no final de 2008. Atentos a um mercado de 68 bilhões de dólares (as americanas respondem por 45% das compras de eletrônicos no país), os executivos da rede entrevistaram 40 consumidoras na cidade de Aurora, no estado do Colorado, com o intuito de criar uma lojaconceito que atendesse aos seus desejos. As mulheres exigiram lojas mais claras, tapetes em tons menos sóbrios, móveis de madeira e, principalmente, a criação de ambientes em que fosse possível entender como os equipamentos poderiam ser conectados uns aos outros. O tráfego na loja-conceito aumentou mais de 20%, em grande parte graças à procura feminina, e o modelo foi replicado em outros pontos dos Estados Unidos. Durante uma conferência de divulgação de resultados, no dia 25 de março, o presidente da Best Buy, Brian Dunn, afirmou que grande parte do crescimento de 7%, comparando-se o mesmo número de lojas no período entre dezembro de 2009 e fevereiro deste ano, deveu-se à capacidade da rede de "atrair novos consumidores, especialmente mulheres e jovens".
A força das consumidoras
A participação feminina(1) no consumo de algumas das maiores economias do planeta:
No Brasil, algumas empresas começam a despertar para a importância de conquistar o mercado formado por mulheres com renda. Em 2007, depois de realizar centenas de pesquisas com seus vendedores, os executivos da Cyrela, segunda maior incorporadora do país, perceberam que seus projetos negligenciavam essas possíveis consumidoras. "Percebemos que as mulheres estavam extrapolando o papel clássico de mera aprovadora no momento da compra do imóvel", diz Rosane Ferreira, diretora de incorporação da Cyrela. "Em muitos casos, elas eram as compradoras." Para conquistá-las, a companhia passou a incluir nos novos imóveis centros de beleza, salas de ginástica e pilates e áreas de lazer para os filhos. Atualmente, as mulheres são responsáveis por 40% das vendas da Cyrela no país - ante 30% registrados três anos atrás. A paulista Andreia Mariano, de 33 anos, faz parte desse novo perfil de clientes descoberto pela Cyrela. Coordenadora de comércio exterior em uma multinacional de autopeças, ela adquiriu um apartamento da incorporadora na Chácara Santo Antônio, bairro da zona sul da capital paulista, em novembro do ano passado. O imóvel é avaliado em 400 000 reais - e conta com uma área de lazer que inclui spa, piscina e academia de ginástica. "Esses 'opcionais' foram decisivos na minha escolha", diz Andreia. "Pode parecer bobagem, mas faz uma baita diferença na minha rotina diária."
A Best Buy, uma das maiores redes de eletroeletrônicos dos Estados Unidos, tomou como base essa percepção para remodelar algumas de suas lojas no final de 2008. Atentos a um mercado de 68 bilhões de dólares (as americanas respondem por 45% das compras de eletrônicos no país), os executivos da rede entrevistaram 40 consumidoras na cidade de Aurora, no estado do Colorado, com o intuito de criar uma lojaconceito que atendesse aos seus desejos. As mulheres exigiram lojas mais claras, tapetes em tons menos sóbrios, móveis de madeira e, principalmente, a criação de ambientes em que fosse possível entender como os equipamentos poderiam ser conectados uns aos outros. O tráfego na loja-conceito aumentou mais de 20%, em grande parte graças à procura feminina, e o modelo foi replicado em outros pontos dos Estados Unidos. Durante uma conferência de divulgação de resultados, no dia 25 de março, o presidente da Best Buy, Brian Dunn, afirmou que grande parte do crescimento de 7%, comparando-se o mesmo número de lojas no período entre dezembro de 2009 e fevereiro deste ano, deveu-se à capacidade da rede de "atrair novos consumidores, especialmente mulheres e jovens".
A força das consumidoras
A participação feminina(1) no consumo de algumas das maiores economias do planeta:
No Brasil, algumas empresas começam a despertar para a importância de conquistar o mercado formado por mulheres com renda. Em 2007, depois de realizar centenas de pesquisas com seus vendedores, os executivos da Cyrela, segunda maior incorporadora do país, perceberam que seus projetos negligenciavam essas possíveis consumidoras. "Percebemos que as mulheres estavam extrapolando o papel clássico de mera aprovadora no momento da compra do imóvel", diz Rosane Ferreira, diretora de incorporação da Cyrela. "Em muitos casos, elas eram as compradoras." Para conquistá-las, a companhia passou a incluir nos novos imóveis centros de beleza, salas de ginástica e pilates e áreas de lazer para os filhos. Atualmente, as mulheres são responsáveis por 40% das vendas da Cyrela no país - ante 30% registrados três anos atrás. A paulista Andreia Mariano, de 33 anos, faz parte desse novo perfil de clientes descoberto pela Cyrela. Coordenadora de comércio exterior em uma multinacional de autopeças, ela adquiriu um apartamento da incorporadora na Chácara Santo Antônio, bairro da zona sul da capital paulista, em novembro do ano passado. O imóvel é avaliado em 400 000 reais - e conta com uma área de lazer que inclui spa, piscina e academia de ginástica. "Esses 'opcionais' foram decisivos na minha escolha", diz Andreia. "Pode parecer bobagem, mas faz uma baita diferença na minha rotina diária."
Daiane Trombini: Administradora de empresas 35 anos
Acaba de comprar um automóvel modelo Santa Fé, da Hyundai, por aproximadamente 100 000 reais e gasta quatro vezes mais com a conta de celular do que o marido.
Andreia Mariano: Administradora de empresas 33 Anos
Em novembro de 2009 comprou um apartamento da Cyrela avaliado em 400 000 reais. O prédio conta com facilidades como sala de ginásticae míni-spa.
Marlene Ortega: Psicóloga 51 anos
Para acompanhar o marido em suas viagens pelo interior do país, adquiriu, em agosto do ano passado, uma motocicleta Harley-Davidson por cerca de 26 000 reais.
Elisabete Rozinelli: Esteticista 43 Anos
Depois de trocar o carro usado por um modelo zero-quilômetro no início de 2009, Elisabete pagou 11 000 reais à vista para fazer um tour de 20 dias pela Europa.
Ana Leão: Publicitária 41 Anos
Para cuidar do filho de 11 anos, gasta 4 000 reais por mês com educação, quantia equivalente a seu consumo mensal de cosméticos, roupas e acessórios.
Alice Andrade: Assistente social 38 Anos
Com a renda extra de 2 000 reais que consegue com a revenda de produtos Natura, Alice adquiriu um fogão, uma geladeira, um notebook e um celular.
Quem disse que não dá para entender as mulheres?
Algumas empresas que fizeram mudanças recentes para atender aos anseios do público feminino:
C&C
Problema
O ambiente empoeirado das lojas, com sacos de cimento amontoados pelos cantos, não agradava às mulheres.
Solução
Criou, em setembro de 2009, uma diretoria específi ca para atender as consumidoras. Nas lojas, há mais espaço para itens de decoração e utilidades domésticas. Também passou a vender produtos da linha branca.
Participação atual das mulheres nas vendas: 55%.
Cyrela
Problema
As mulheres gostariam de ganhar tempo realizando o maior número possível de tarefas no próprio condomínio.
Solução
A empresa passou a oferecer salão de beleza e salas de ioga e pilates em alguns de seus mpreendimentos. Com isso, a procura das mulheres aumentou quase 30% nos últimos três anos.
Participação atual das mulheres nas vendas: 40%.
LG
Problema
O excesso de fios dos eletrônicos e a difi culdade de navegação na internet em alguns aparelhos afastavam as consumidoras.
Solução
A fabricante lançou um home theater sem fi o em outubro do ano passado. As vendas do aparelho saltaram 73% na comparação com 2008. Nos próximos meses, a LG pretende lançar uma TV de fácil conexão à internet.
Participação atual das mulheres nas vendas: 30%.
Renault-Nissan
Problema
As consumidoras queriam mais espaço para acomodar objetos pessoais, como bolsas, além de veículos que exigissem pouca manutenção.
Solução
O modelo Livina, da Nissan, ganhou um porta-malas mais espaçoso. Na Renault, a versão esportiva Stepway, do Sandero, empregou tecidos menos ásperos nos estofados e recebeu estampas mais alegres.
Participação atual das mulheres nas vendas: 40%.
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