Final de semana, assisti a adaptação para o cinema da fantástica biografia de Chico Xavier. Automaticamente vem as perguntas: Fênomeno? Fraude? Espíritos existem? A produção conseguiu reconstruir diversas décadas para contar a história de sua infância em Pedro Leopoldo/MG até o auge de sua popularidade na década de 70.
Como já expressei em outros posts, tenho minha postura agnóstica. Acompanhei de longe pela mídia sua trajetória de vida. Ele foi um grande difusor do espiritismo, que para aqueles com uma educação religiosa tradicional é mostrado exatamente como no padre interpretado pelo Cassiano Gabus Mendes:
É coisa do Diabo!!! Nas primeiras cenas, se vê a crueldade da educação severa ao qual foram submetidos tantas crianças até os anos 60. A morte faz parte da vida de Chico, quando perde logo no começo as 2 pessoas que mais ama: sua mãe e depois a madrasta. Em forma de espírito, sua mãe o "acompanha" nos primeiros anos e depois desaparece.
Vi em Chico um homem que não quis lucrar com seu dom, muito pelo contrário: doou sua vida toda para os outros. Uma prova é que todo dinheiro que arrecadou, foi para atender pessoas carentes em sua instituição. Também é exemplar sua humildade expressa ao assumir a autoria de seus 400 livros que consolaram, pregaram a paz e estimularam caridade, dizendo que apenas escreveu o que outra pessoa lhe ditava. Uma existência marcada pelas outras que se expressaram através dele e trouxeram alento à muita tristeza. Tem uma frase em especial onde ele se define muito bem. Ocorre em um emocionante momento do filme ele entrega a carta psicografada ao cético diretor do programa Pinga Fogo
(extinta TV Tupi) onde era entrevistado
(quase um Roda Viva popular) e que dá enredo ao roteiro:
Sou apenas um carteiro. Uma carta do seu filho morto, onde aparecem informações que atestam a veracidade
(dentro do contexto do drama) dessa carta entregue à ele. No programa, o médium respondeu à queima-roupa perguntas de alguns dos jornalistas mais conceituados do meio à época. Foram abordados temas polêmicos como o sexo, a pena de morte, o aborto, o transplante de órgãos, o bebê de proveta, a homossexualidade, a cremação dos mortos e muitos outros.
Indepedente de sua posição a respeito de religião, vale a pena assistir essa excelente produção brasileira, porque é uma forma de homenagear tantos brasileiros, que foram e são incompreendidos, mas que merecem no mínimo nosso respeito. E basta ler nossa história, para ver que não foram poucos. Abaixo tem o trailer oficial e algumas entrevistas.
Reportagem do Fantástico, logo após a sua morte em 2002, aos 92 anos.
Bilheteria: R$ 13.000.000
Espectadores: 1.300.000 milhões de espectadores(em 10 dias)
Custo do filme: R$ 12 milhões
Ficha Técnica
Título Original: Chico Xavier
Gênero: Biografia, Drama
Produção: Lereby
Produção e Direção: Daniel Filho
Produção Executiva: Julio Uchôa
Diretora Assistente: Cris D’Amato
Montagem: Diana Vasconcellos, ABC
Música: Egberto Gismonti
Fotografia: Nonato Estrela, ABC
Roteiro: Marcos Bernstein, AC – baseado na obra “As Vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior.
Direção de Arte: Claudio Amaral Peixoto
Figurino: Bia Salgado
Maquiagem: Rose Verçosa
Som Direto: Carlos Alberto Lopes
Desenho de Som: Simone Petrillo
Mixagem: Branko Neskov, Cas
Produtores Associados: Bruno Wainer, Eduardo Girão
Efeitos Especiais: O2 Pós Produções, Laboratório Technicolor Creative Services, Labo Cine do Brasil
Co-Produção: Globo Filmes e Estação da Luz
Distribuição: Columbia/Sony Pictures, Downtown Filmes
Elenco:
Jean Pierre Noher
(Jean Mazon)
Laura Cardoso
(Propria)
Ângelo Antônio
(Chico Xavier de 1931 a 1959)
Paulo Goulart
(Saulo Guimarães - apresentador do programa)
Giulia Gam
(Rita)
Giovanna Antonelli
(Cidália - madrasta do Chico)
Nelson Xavier (Chico Xavier
(1969)
Mateus Rocha
(Chico Xavier de 1915 a 1922)
Tony Ramos
(Orlando - produtor cético)
Letícia Sabatella
(Maria João - mãe do Chico)
Ailton Graça
(Passageiro Avião)
Larissa Vereza
(Lucia Candido )
Gregório Duvivier
(Médico Oftolmologista)
Carla Daniel
(Carmosina)
Cássia Kiss
(Yara)
Ana Rosa Guy Galego
(Carmem)
Fernando Eiras (Prefeito)
Pedro Paulo Rangel
(Padre Scarzelo)
Cássio Gabus Mendes
(Padre Julio Maria)
Luís Melo
(João Candido)
Christiane Torloni
(Glória - esposa do produtor)
Anselmo Vasconcelos
(Perácio)
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