sábado, 20 de novembro de 2010

Dia do negro ou da consciência?

Eles estavam sentados ao redor da fogueira. Olhos atentos às histórias de um homem na faixa dos quarenta, o mais velho da tribo e guerreiro de inúmeras vitórias. As crianças com seu olhar meigo, próximas às suas mães, sentindo a segurança e o carinho que é próprio delas. De repente, um estrondo e cai um primeiro homem ao chão. Ensanguentado, olha pela última vez para o seu filho e esposa, enquanto sua vida se esvazia de seu corpo. Pânico. Mais homens, vestidos com calças, camisas, botas e espingardas acompanhados de inimigos de outras tribos invadem e começam a capturar homens em condições saudáveis de servir e crianças que terão o mesmo destino.

Em seu texto “A África e a escravidão ”, Paul Lovejoy afirma que a escravidão é uma forma de exploração, caracterizada pela transformação de indivíduos em propriedade. Segundo o autor, aqueles que tinham sua liberdade negada, além de sofrer coerção no sentido do trabalho, perdiam até o direito sobre sua própria sexualidade, e por extensão, a reprodução.

Caravana de escravos em direção à costa do mar para embarque.

Durante séculos essa abominável cena se repetia em diferentes países da África, onde eram escravizadas tribos inteiras e a tal uma preciosa mercadoria era distribuída para as américas. Homens indignos se tornavam dignos perante a sociedade, porque o lucro vindo dessa atividade criminosa lhes dava esse prestígio. Iam para a igreja e eram abençoados pela mesma palavra cristã que os condenavam.

Soldado israelense prende palestino durante protesto de ativistas israelenses, palestinos e estrangeiros contra o assentamento judaico de Karmi Tsur, ao norte da cidade de Hebron, na Cisjordânia (Foto: Hazem Bader/AFP ) 

A escravidão é mais atual e presente do que se imagina. Não estou falando, daquela que de vez em quando lemos, sobre as condições de trabalho em fazendas perdidas no norte. Estou falando das condições que submetem um ser humano a ser escravo: fome, perda, segurança, medo e dor.

religiões que lhe ameaçam dizendo que você irá ao inferno senão acreditar na sua filosofia, mesmo que eles nem saibam direito o que é céu ou inferno. Suas diferenças criam guerras e elas os escravos. Mas uma não é melhor que a outra, nem existe a “verdade”, pois são várias para muitos. Acredito nas crenças que se te libertam vale a pena se entregar.

O comunismo, cujo sistema social/político que julgava a sociedade justa de determinada forma, mas que na prática só favorecia à sua cúpula. E quem discorda é preso, talvez torturado e até morto. Todos conhecemos essas histórias pela Coréia do Norte, URSS e China onde os condicionantes acima acima citados ainda escravizam.

A ganância faz com que façamos qualquer coisa para ter mais, seja poder ou dinheiro. Esse último é apenas um instrumento de troca. Ainda é livre aquele que não escravizou seus princípios de humanidade, sua simplicidade, e o usou perante os seus amigos para mostrar à sociedade como é “melhor”. Mas ele é apenas uma faceta do “ter mais” propriedades, alimento, sexo, luxo, etc …

Quilombo dos Palmares

Poderia escrever tantos outros fatores ligados à escravização, mas o fato é que o homem não nasceu para ser escravo. Tudo tinha um tempo e aos poucos as rebeliões de homens corajosos, sempre sacrificando sua vida em prol da dos outros, romperam correntes e condições de vida subhumanas. Mas essa mesma história dos negros, se repetiu com nossos índios, os dominadores romanos, gregos, macedônicos, egipcios, franceses, ingleses, estado-unidentes, etc … Quantas vezes o povo judeu foi subjudado e só em 1948, 2.000 anos depois, recuperou sua terra. Se a forma foi justa ou não, é um assunto complexo e divergente.

 

 

Por isso não seria mais apropriado, comemorarmos o da consciência pelos nossos atos em vez de a injustiça de uma só etnia?

Este rinoceronte sobrevive depois de levar dois tiros e ter seu chifre arrancado para curar a "paumolice" de algum caçador.

Vivemos sob a calamidade do ar cada vez mais difícil de respirar. A água potável, cada vez mais preciosa, o que significa que no futuro será escassa. E as novas listas de animais ameaçados de extinção, muitos pelo mero prazer da caça? Outros, como os elefantes e os rinocerontes, abatidos aos milhares por seu chife e presa renderem riqueza.

Lamentar e balançar a cabeça pelas coisas que acontecem por aí não vai adianta nada. Vamos eleger um dia, e aí sim, torná-lo um feriado mundial, porque envolve todas as etnias, religiões, países e poderes para refletir. Promover palestras, discutir nas igrejas, escolas, universidades, programas de tv/rádio, revistas, jornais, blogs o

DIA MUNDIAL DA CONSCIÊNCIA.

 

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